"ANSIEDADE EXAGERADA" Um inimigo dentro de Você


Trabalhando com hipnose dentro do contexto psicoterapia, tenho observado um aumento significativo dos transtornos de ansiedade acometendo indistintamente todas as camadas sociais.

São casos e mais casos que se entrelaçam entre medos, fobias, manias, obsessões, etc.

Os consultórios médicos psiquiátricos, psicoterapêuticos, etc. a cada dia, ficam abarrotados de pessoas acometidas de processos ansiosos, que tolhem de maneira significativa suas vidas, seus relacionamentos, suas alegrias, suas movimentações.

Mas o que vem a ser a Ansiedade? Quando ela se torna prejudicial?

Fazendo uso da definição de Ana Beatriz Barbosa Silva – Médica Psiquiatra em seu livro Mentes Ansiosas, ansiedade é uma "sensação de receio e de apreensão, sem causa evidente"; sinônimo de ânsia, aflição: "perturbação de espírito causada pela incerteza ou pelo receio". E, seria de certa forma considerada uma "irmã" do medo, pois seria impossível separar essa relação íntima entre idéias, sentimentos e conceituações, ou seja: se um existe o outro estará presente.

Assim, após estudos e comparações, leituras de casos, análise, etc. Observei que a maioria dos transtornos psíquicos tem como elemento principal de suas manifestações a ansiedade de forma exacerbada.

A ansiedade trabalha de maneira sorrateira, subliminar, atuando diretamente sobre o aspecto enfrentamento x fuga que se faz presente em nossa capacidade autônoma de autopreservação. Ela existe, assim como o stress para nos movimentar, para nos levar adiante em nosso conviver diário com os desafios sociais, para nos colocar em alerta, mas, quando se torna exagerada, torna-se um elemento causador de dores, sofrimentos, impedimentos e angústia.

Buscamos desesperadamente melhorar nossas vidas, profissional, financeira, pessoal e para isso fazemos cursos, especializações, etc. na esperança de alcançar um status social que nos conceda a capacidade de consumir mais e mais.

Entretanto, diante de uma exigência cada vez mais cruel do sistema, diante da busca da perfeição, do bater cotas, da violência, do modismo, das imposições políticas, da injustiça, do desemprego, da fome, das enfermidades, o mêdo se estabelece e com ele vem insegurança, incerteza, sensação de impotência, descrédito, baixa-estima, etc.

À partir daí, a ansiedade toma conta dos projetos, objetivos, sonhos e desejos, levando a pessoa ao desequilíbrio emocional extremo.

Sabemos que uma das regras da mente e que: "todo pensamento produzirá uma resposta fisiológica, ou, todo pensamento terá uma resposta no corpo, uma resposta psicossomática". Assim a ansiedade com seu alto grau de aflição, insegurança, incerteza e receio, irá desencadear uma série de sintomas que farão com que a pessoa passe a evitar determinadas situações nas quais, ela possa vir se manifestar.

Na observação da Psiquiatra Ana Beatriz, "a ansiedade se manifesta através de um leque onde o medo patológico pode se apresentar de diversas formas e em graus de intensidade variadas, tais como:

• Súbitos ataques de pânico, que podem evoluir para o transtorno do pânico;

• Fobia social ou timidez patológica, na qual as pessoas percebem ameaças potenciais em situações sociais e em exposição em público;

• Medos diversos ou fobias simples, cuja ameaça provém de estímulos bem específicos (animais, lugares fechados, trovões, sangue, avião, etc.).

• Transtorno de estresse pós-traumático (TEP), quando vivemos experiências traumáticas significativas (sequestro, assalto, perda de entes queridos, acidentes, etc.).

• Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), que se caracteriza por um estado permanente de ansiedade, sem qualquer associação direta com situações ou objetos específicos.

• Transtorno obsessivo compulsivo (TOC), no qual a mente é invadida por pensamentos intrusivos e sempre de conteúdo ruim (obsessões), que desencadeiam rituais repetitivos e exaustivos (compulsões), na tentativa de eliminar tais idéias".

Todos eles têm em comum o desencadeamento de processos fisiológicos, ou seja, resposta sintomática no corpo tais como: taquicardia falta de ar, dor no peito, sudorese, náusea etc. como também sintomas psíquicos de inquietação, irritabilidade, estado de sobressalto, insegurança, insônia, etc.

Infelizmente a maioria das pessoas só procura ajuda quando o estado ansioso se torna insuportável e desencadeia uma perturbação geral em suas responsabilidades, comprometendo comportamentos, relações, atitudes, saúde e a qualidade de vida.

Precisamos ter em mente que saúde é estar bem psíquica, emocional, física e socialmente, assim que, em se manifestando alguns dos sintomas referidos, devemos buscar com maior rapidez o tratamento adequado e principalmente um diagnóstico sobre qual transtorno pode estar se instalando, evitando dessa maneira o agravamento da sintomatologia, o que virá de certa forma, acelerar o processo de melhora e o estabelecimento da cura.

Autor:  Elias P. Lins

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